quinta-feira, 28 de junho de 2012

Romarinho e os tabus

Fala pessoal,

Resolvi falar desso jogador corintiano por um simples motivo: o cara quebrou um monte de lugares comuns no futebol.

Primeiro, ele pulverizou o papo de que jogador tem que ser experiente pra jogar Libertadores. Ele tem 21 anos, não tinha nenhuma experiência profissional, e mesmo assim deu um toque frio na hora do "cara a cara".

Depois, fortaleceu a dúvida de algumas pessoas (minha, inclusive) de que jogar fora de casa, ou contra uma torcida barulhenta faz diferença dentro de campo - já falei sobre isso nesse post aqui http://esporteeminhaamante.blogspot.com.br/2012/06/o-fator-casa.html .

Também deixou em dúvida o papo do "entrosamento", porque nunca tinha jogado com o Emerson, por exemplo, e a movimentação na jogada do gol pareceu sincronizada.

Bom, esses foram alguns lugares comuns que eu lembrei.

Fora isso, fazendo uma breve análise do jogo, acho que o Corinthians não fez nada demais no jogo, apenas se defendeu bem, porque se formos rever a partida, não veremos muitos lances de perigo criados - isso é um mau sinal para os corintianos no jogo de volta.

O Boca também não fez uma partida boa, mas acabou criando mais chances nos momentos em que deu pressão (segundo tempo).

Abraços!

Riquelme e a imprensa

Fala pessoal,

Muito curiosa a repercussão da atuação do Riquelme ontem contra o Corinthians.

Vocês acham que ele jogou bem ou mal?

Pois então, os jornais "O Estado de São Paulo" e "Folha de São Paulo" tem opiniões beem divergentes!!

Para o Estadão, Riquelme mereceu nota 8,5 pois "mesmo mais nervoso que o normal, foi o melhor do time argentino e da partida. Arma todas as jogadas do Boca".

Ainda para o Estadão: "Ralf e Paulinho, olhando para o céu, deixaram o craque argentino organizar as combinações pelas laterais, sempre acionando o esperto Mouche".

Bom, então parece que ele jogou bem...

Mas a Folha, na matéria "Corinthians paralisa Riquelme", diz que "Riquelme, que de atuação tão pálida não bateu nem o escanteio que deu origem ao gol de sua equipe (...) teve uma noite de jogador comum".

Engraçado como o mesmo jogador no mesmo jogo pode gerar opiniões tão diferentes!

Abraços!

Polêmica da Jade

Fala pessoal,

Vou aproveitar esta recente polêmica da Jade Barbosa para levantar uma questão.

Pra quem não viu, hoje saiu em alguns jornais a notícia de que a Jade não irá às Olimpíadas por ter deixado de assinar um termo/contrato específico da Confederação Brasileira.

Segundo o Estadão (e isso eu não tenho como confirmar, deixo claro), a principal discórdia se daria em razão de a Jade não aceitar competir expondo a marca patrocinadora da Confederação sem ser individualmente patrocinada pela tal marca.

Resumindo, a Jade não teria achado justo vincular sua imagem para a patrocinadora da Confederação sem ser remunerada para isso.

Justo?

Então, essa é uma questão de longa data nas Olimpíadas.

Geralmente acontece quando o jogador é patrocinado em sua carreira pela marca X, e a sua Confederação ou o Comitê Olimpico é patrocinado pela marca Y.

É mais ou menos o que aconteceu com o Guga nas Olimpiadas de Sydney.

Naquele ano, Guga era patrocinado pela Diadora, e o COB pela Olimpikus. O impasse quase deixou o nº 1 do mundo de fora da competição, mas no fim chegou-se a um acordo.

Esta notícia da Istoé à época resume bem o conflito: http://www.terra.com.br/istoe-temp/1615/brasil/1615_vitoria.htm

Guga jogou com um uniforme "liso", sem marcas, e apenas exporia a marca da Olimpikus caso fosse ao pódio.

Pessoalmente, acho muito justa essa batalha dos atletas a fim de honrar seus compromissos com seus patrocinadores individuais.

É muito fácil para a opinião pública/dirigentes taxarem o atleta de mercenário, ou dizer que ele não tem amor pela pátria pelo fato de não aceitar jogar as Olimpiadas por disputa financeira de seu patrocinador.

Mas calma aí.

Quem foi que realmente apoiou o esporte? Quem foi que pagou o salário do cara durante os 4 anos que antecederam os Jogos? Enfim, quem colocou de verdade a mão no bolso por ele?

Claro, eu sei que o COB também tem que bancar seus custos de sobrevivência, o que inclui até despesas com os atletas. Mas os patrocinadores individuias não tem grandes "agendas" a cumprir como uma confederação, eles investem diretamente no atleta (e no esporte indiretamente), mesmo que por razões mercadológicas.

Acho muito cômodo alguém que não fez nada pelo atleta em 4 anos surgir na hora "H" querendo exigir o cumprimento de alguma coisa. Complicado...

Na situação específica da Jade talvez haja diferenças, pois até onde sei a Confederação de Ginástica faz bastante coisa pelos seus atletas, mantém um forte centro de treinamento, etc.

Mas mesmo assim, e mesmo se a questão for da forma como expôs o Estadão, eu ainda fico do lado da atleta nesse assunto.

Afinal, não é ela quem vai associar sua imagem à patrocinadora? Então é ela quem tem que receber por isso.

Abraços!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Jogador de futebol ganha tudo isso?

Fala pessoal,

O "bicho" dos jogadores do Corinthians pela final na Libertadores (100 mil reais, de acordo com o Blog do Perrone: http://blogdoperrone.blogosfera.uol.com.br/2012/06/corinthians-paga-r-100-mil-para-cada-jogador-por-vaga-na-final-santos-daria-r-30-mil/), somado a uma conversa que tive com um amigo meu nessa semana me levaram a fazer esse post.

Esse amigo levantou uma bola bem estranha sobre os salários dos jogadores. Ele me disse: "Zacha, você realmente acha que jogador de futebol ganha 300, 400 mil reais por mês? A conta não fecha, rapaz!".

Ele levantou uma suspeita que tem certo fundamento, e deixa uma dúvida no ar. Pelo menos deixou pra mim.

E a suspeita que esse cara levantou cria uma tese bem didática que explicaria muita coisa sobre o mundo do futebol de hoje, como o ódio a certos empresários, a razão dos salários serem tão altos, etc.

Bom, vamos lá.

Todos os dias lemos sobre os jogadores de times grandes que ganham centenas de milhares de reais por mês. Isso não é novidade.

Todos os dias também lemos sobre o crescimento da dívida dos clubes de futebol. A primeira dúvida já surge aqui: porque um clube endividado continua pagando salários astronômicos aos jogadores de futebol?

Sem fazer falsas acusações, nem apontar o dedo para ninguém em específico, o cara manifestou sua opinião: o clube de futebol virou um meio para fazer o dinheiro passar do "bolso" do clube para o "bolso" de certas pessoas apadrinhadas.

Aí foi que eu pensei: "bom, qual é o problema do clube passar o seu dinheiro pro bolso dos craques de bola? Os melhores funcionários tem que ganhar bem mesmo".

Pois a resposta, ao mesmo tempo que me assutou, fez refletir:

"A grana não deve ir pro bolso dos jogadores, mas sim pro bolso de empresários, dirigentes, técnicos. O salário pago ao jogador deve ser fatiado entre esse caras depois. Assim a grana sai licitamente do cofre do clube e vai pro bolso de quem eles quiserem depois, fazendo só um pit stop na conta do jogador".

Deu pra entender?

Pra ele, os 400/500 mil reais de salário que achamos que pagam ao jogador, na verdade, teriam outro destinatário. A grana não ficaria inteira com o atleta.

Vou confessar pra vocês. Eu não tenho grande vivência nesse mundo do futebol, e acho que nem esse amigo tem. Mas essa tese dele é interessante, no mínimo.

Claro, de qualquer jeito o jogador ganha muito dinheiro, senão não teria como comprar um carrão, uma casa na praia, jóias, relógios, etc. Mas não seria taanto dinheiro assim.

E esse esquema explicaria também o motivo de tanta alegria e histórias de confusões com os "bichos" pagos aos jogadores.

Segundo a teoria desse cara, o "bicho" é um valor que ficaria inteiramente pro jogador, que ele não teria que dividir com empresários/técnicos que os escalam.

Por isso o bicho motivaria tanto os jogadores.

Pra quem não sabe, em jogos importantes, o valor não passa nem perto desses 100 mil reais que o Corinthians teria oferecido ao seu elenco pela chegada à final da Libertadores.

Geralmente fala-se em 2 ou 3 mil reais por jogo.

E mesmo assim ouvimos direto histórias de brigas ferrenhas entre jogadores/técnicos/diretoria por causa de bichos não pagos corretamente.

Mas 2 ou 3 mil reais não seriam muito pouco pra um jogador que ganha 300, 400 mil reais por mês brigar?

Pois é, seriam.

Mas e se, na verdade, ele não ganhasse tanto assim?

Fiquei com a pulga atrás da orelha...

Abraços!

domingo, 17 de junho de 2012

O piti do Nalbandian

Fala pessoal!

Pra quem não viu, o tenista argentino David Nalbandian foi desclassificado na final do torneio de Queen´s após dar uma bica numa placa que acertou a canela do juiz de linha, fazendo-o sangrar na hora.

Pois é, o cara perdeu a final por conta disso.

Na hora, a tocida parece que reprovou a desclassificação. Claro, eles queriam ver mais tênis.

Eu reprovo absurdamente esse tipo de comportamento por parte de qualquer atleta, porque pra mim essa é uma daquelas situações em que o cara colocou na cabeça dele que é "tudo bem" perder um ponto e dar um chute numa placa...

É meio que um comportamento de frustração que é tolerado durante anos, até chegar nesse ponto (como é quebrar uma raquete, isolar uma bolinha, etc).

Não é "tudo bem". É um comportamento a ser combatido, porque nada tem a ver com a prática esportiva.

Vejam, o problema é que desde os 12 anos, o garoto que joga torneios de federação, assistindo os mais velhos jogarem, começam a gritar em quadra, bater a raquete no chão, e coisas afins. E ninguém faz nada.

Claro, quando chega aos 30 anos, esse garoto, que pode ser um profissional, como o Nalbandian, vai achar que é normal esse comportamento que teve por muitos anos.

Bom, voltando ao caso do Nalbandian.

Depois de ter a certeza da justiça da desclassificação do argentino, fiquei tendo minhas dúvidas...

Será que ele deveria ter sido eliminado mesmo?

Fiquei um pouco com a pulga atrás da orelha pensando nos torcedores. Poxa, eles pagaram ingresso (provavelmente caro) e receberam um produto "pela metade".

Em nenhum momento eu acho que a punição deve ser esquecida, ou que o episódio passe em branco... mas será que não seria melhor algum outro tipo de sanção, a fim de não prejudicar o próprio espetáculo, o esporte e o futuro dos eventos esportivos?

Não sei, ACHO que talvez fosse melhor aplicar um gancho de alguns meses, uma multa pesada (tipo a perda de toda a premiação naquele torneio mais alguma coisa). Assim aqueles que foram assistir o jogo não se frustariam, e o argentino receberia uma lição, ao mesmo tempo.

Mas juro que não cheguei em uma conclusão pessoal ainda.

Abraços!

sábado, 16 de junho de 2012

Marta no Caldeirão

Fala pessoal,

Acabei de ver o quadro com a Marta do programa do Luciano Huck.

Cara, incrível como a cada vez que eu vejo essa Mulher na TV acho ela o maior exemplo que um atleta pode dar ao seu ao seu esporte, ao seu país e ao seu povo.

Além de ser indiscutivelmente o símbolo e ídolo de qualquer jogadora de futebol, ela é um caso perfeito do que o esforço, dedicação e humildade podem fazer com uma pessoa. Claro, o toque genético ("dom" para alguns) também ajudou.

Fico literalmente emocionado de ver como a simplicidade desse monstro do futebol impede que ela veja o tamanho de sua figura pública.

Para quem não viu, o Luciano Huck fez um quadro em que acabou levando uma menina (Duda) que quer ser jogadora profissional ao clube da Marta, sendo ela sua "hostess".

No encontro das duas, tanto a Duda quando a Marta se emocionaram. Sério, vocês conseguem imaginar um Pelé, Roger Federer ou Kellyt Slater chorando ao encontrar um fã?

Isso mostra não apenas a pessoa que a Marta é (não estou dizendo que os outros não são boas pessoas), mas também o respeito que ela tem pelos fãs e por sua própria história de luta e vitória.

Infelizmente, a imprensa em geral não dá o crédito que essa Mulher merece.

Marta, você é f**. Muito f**.

Abraços.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Caso Valdívia

Fala pessoal,

Resolvi escrever esse post pra falar de uma coisa que jornalista nenhum se toca quando fala de contrato de jogador.

Rolou essa história de que o Valdívia queria sair do Palmeiras após seu sequestro.

Vários jornalistas disseram "uai, se ele quiser sair, é só pagar a multa e sair", afinal ele está preso ao contrato com o Palmeiras.

A análise jurídica não é de todo incorreta, porque, de fato, ele tem um contrato com prazo determinado e deve cumpri-lo até o final. Se quiser sair, paga a multa.

Porém, o que todo mundo esquece é que no caso de um jogador de futebol, diferentemente de um funcionário qualquer com contrato por prazo determinado, existem estratégias que o jogador pode usar para ganhar força na sua negociação.

Vejam, eu NÃO estou dizendo que o Valdivia fez, está fazendo ou fará isso. O que eu estou dizendo é que essas estratégias existem, e são motivo de temor pelos clubes em negociações deste tipo.

Explico uma das "estratégias", para depois relacioná-la ao caso.

A mais básica é o famoso "corpo mole".

Num contrato por prazo determinado com um funcionário de uma empresa, caso ele não esteja indo trabalhar, ou não cumpra certas determinações do empregador, ele pode ser demitido por justa causa, e aí a empresa não tem que pagar multa nenhuma.

No caso de um jogador de futebol com contrato por prazo determinado, no entanto, a coisa se complica um pouco, porque o empregador não tem como dizer que o funcionário (jogador) não está cumprindo suas ordens para demiti-lo por justa causa e não pagar a multa!

Claro, se o jogador faltar em treinos, xingar todo mundo ou agredir alguém, o Palmeiras pode demiti-lo.

Mas e se o jogador comparece nos treinos, mantem-se "na linha", mas joga mal de propósito em treinos/jogos? Como você vai dizer que ele não está cumprindo o contrato? Como você vai dizer a um juiz que há uma justa causa para ele ser demitido?

Pois aí que está, não há justa causa por um jogador jogar mal!

E como isso influencia em casos como o do Valdívia?

Vamos dizer que o Palmeiras force a mão e exija que o Valdivia fique se não pagar a multa. Isso, num primeiro olhar, é o correto a se fazer, pois o clube perderia dinheiro deixando o jogar ir embora de graça.

Porém, vamos supor que o Valdívia falasse: "Ok, eu vou ficar. Treinarei, obedecerei. Mas vou ser um cone em campo".

A partir daí, o Palmeiras teria sim um jogador. Mas teria apenas o prejuízo de pagar-lhe os salários, porque ele não serviria de nada ao clube.

Sendo um salário alto, o Palmeiras, no fim, teria um prejuízo, e não um lucro ao manter o Valdívia até o final de seu contrato, porque jamais poderia extinguir seu contrato sem provar que ele está fazendo corpo mole de propósito, o que é literalmente impossível numa ação na justiça, desde que o atleta fosse em todos os treinos, etc (seria a chamada "prova diabólica").

Notem como a questão foge do aspecto jurídico, tendo uma cargam muito mais negocial.

De um lado, o clube garantiria que não libera o jogador antes do final do contrato, correndo o risco de ele virar um cone propositalmente.

De outro lado, o jogador garantiria que virará um cone caso não seja liberado, correndo o risco de fazer ruir sua carreira se assim o fizer de verdade.

Abraço

OBS: Mais uma vez: não estou dizendo que o Valdivia fez, está fazendo ou fará isso. Apenas estou usando o caso como exemplo, até porque este sempre foi (e acho que sempre será) um atleta exemplar no aspecto do profissionalismo, na minha opinião.

Sharapova

Fala pessoal,

Como não escrevi nada sobre o final do torneio em Paris, faço um breve post sobre uma coisa que me deixou um pouco indignado.

Um dia após a vitória da Sharapova, vi alguns jornais falando que a russa, com a sua vitória, colocava seu nome na história do tênis, implicitamente deixando no ar que seu nome não estava na história antes de "fechar" o Grand Slam.

Li e reli algumas vezes um desses jornais, pra não ser injusto, mas posso garantir que era esse o espírito da reportagem.

Sério, quem acha que ela só entrou para a história com esse título tá viajando.

Eu não estou querendo dizer que ela é uma das maiores jogadoras da história, muito longe disso.

Mas pera lá! A mulher já tinha ganhado outroSSS torneios de Grand Slam!!

Na minha humilde opinião, qualquer tenista que ganha um "mísero" Grand Slam já fez história, ou não? Até parece que é fácil.

Vai você falar pra qualquer tenista por aí que é fácil, vai...

Abraço

Sobre as punições na Euro

Fala pessoal,

Com certeza muita gente anda acompanhando a Eurocopa.

Times sensacionais, partidas incríveis e torcida... bom, torcida nem tanto...

Além das brigas absurdas, que nada tem a ver com esporte, vimos nessa Euro alguns casos de racismo, o que é muito triste num ambiente esportivo.

Para qualquer um que já teve a oportunidade de estar pessoalmente num evento esportivo bem organizado (obs: eu, pessoalmente não considero o Campeonato Brasileiro organizado), em que tudo o que é feito tem o público como foco, sabe que esses acontecimento quebram o tesão de estar ali.

Não obstante, queria colocar um posição pessoal um pouco diferente do que a imprensa vem dizendo sobre a exemplar punição dos envolvidos.

Neste momento, estão alardeando por aí que todos os envolvidos já foram julgados e condenados pelos seus atos, sendo, inclusive banidos dos estádios (não sei por quanto tempo). Usam deste argumento para dizer "viram como o modelo brasileiro é um lixo? Aqui a justiça não pune ninguém".

Vejam, não vou dizer que os responsáveis não tem que ser punidos. Longe disso. Mas, numa boa, que tá falando isso está deixando de ver muita coisa...

Primeiramente, minha opinião pessoal é que somente a criminalização dos responsáveis não vai resolver problema nenhum. Vejam, eu disse "somente".

Claro, se o cara arrumar confusão ele tem que ser punido, e o afastamento dos estádios é uma medida bem plausível (apesar de eu não achar a melhor, ela é muito adequada, de fato).

Creio que antes de punir o cara, é preciso analisar o que levou o cara a sair na porrada perto/dentro do estádio, porque o cara acha ok brigar num evento festivo como é o evento esportivo, etc.

Tudo isso exigiria uma reflexão muito maior sobre a prevenção, o que, evidentemente, a polícia não tem tempo de fazer, portanto acaba resolvendo da forma que sabe: prendendo.

Vejo esses casos de torcida organizada e até mesmo de hooligans como um caso claro de subcultura delinquente, tipicamente vândala (pra quem tiver interesse no assunto eu posso recomendar um livro muito bom, chamado Delinquent Boys, de Albert Cohen), o que não deveria ter como solução o "mero" encarceramento.

A prevenção, no caso, seria um remédio muito mais eficiente para o problema. Pra quem pensa racionalmente: seria possível diminuir os gastos com polícia, com repressão, com segurança privada, etc.

Em segundo lugar, preciso perguntar: sou só eu que me assusto com a rapidez tão grande para o julgamento?

Eu sei que nessas horas dá uma puta raiva dos baderneiros, mas fico pensando como foi o julgamento...

Por fim, fico pensando se as pessoas que criticam a "Justiça" brasileira sabe como ela funciona atualmente nos casos de brigas de torcida, ou algo parecido.

Você sabe? Sabe mesmo?

Hoje, para quem não sabe, o Estatuto do Torcedor, junto com a Lei dos Juizados Especiais, traz uma série de medidas "não prisionais" (e prisionais, quando necessário, por exemplo a "reclusão") para estes casos.

Veja só.

Antes, era muito comum dizerem que o cara que se envolvia em uma briga no estádio pagava um "lanche" (cesta básica) pro Estado e ficava tranquilão.

Hoje não é mais assim. A coisa ficou bem mais pentelha pro baderneiro.

Entre as possíveis medidas, existe, por exemplo, uma previsão de que o torcedor responsável tenha que se afastar do local do evento esportivo por até 3 anos.

Mas uma outra medida que eu acho sensacional é aquela que impõe ao briguento a obrigação de ter que comparecer 2 horas antes dos jogos do seu time, e ficar até 2 horas depois do jogo em um local determinado pela Justiça. Não o fazendo, ele pode ser preso.

Isso faz a diferença. Porque isso pentelha o cara.

Imagina só, um corintiano/santista ter que chegar na quarta-feira que vem numa delegacia duas horas antes de semi-final da libertadores e só poder sair duas horas depois (02:00 da manhã, por exemplo).

Pior, imagina ter que fazer isso um tempão, toda quarta-feira e domingo!!!

Além de tudo isso, muita coisa é jogada nas costas da "Justiça", quando a parcela do problema está, na verdade, com os organizadores do evento e com a polícia.

Dou um exemplo.

Já existe tecnologia suficiente para identificar os brigões dentro e fora dos estádios, mas por algum motivo ainda não vemos nada aplicado nos estádios nacionais.

Resumindo, acho que o problema da violência nos estádios é muito mais profundo do que aquilo que é geralmente retratado na mídia, e muito disso se dá por desconhecimento daqueles envolvidos na questão, sejam jornalistas, dirigentes, e torcedores.

Não estou dizendo que eu sou um expert, longe disso, mas pelo menos eu consigo admitir que isso tudo aí vai muito além do que alcança minha vã filosofia.

Abraço!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A "promoção" do MMA

Fala pessoal,

Não sei vocês, mas eu curto muito MMA.

Sim, eu sei que muita gente diz que isso não é esporte, que é pura violência, etc, etc. Bom, com todo respeito, eu discordo.

Sem entrar muito no mérito, acho que o esporte ali vai muito além dos 15 minutos em cima do octógono, o problema é que a popularidade alcançada apenas recentemente não permite ao grande público conhecer as origens da modalidade.

Bom, a depeito disso, gostaria de falar sobre essa história dos atletas ficarem se xingando antes da luta e, logo depois do combate virem a público dizendo que estavam apenas promovendo o evento.

Numa boa, acho que para pessoas como eu, que sou fã desse esporte há muuito tempo (sem nunca ter nem lutado nada) isso não pega bem. Sem contar as contradições que vemos por aí.

Desconheço uma arte marcial em que esse comportamento é ensinado, ou mesmo tolerado! Ok, tem a questão do "marketing", mas o problema é que esse tipo de "marketing" atrai justamente a percepção que todos os atletas/dirigentes sempre tentam avitar, a de que aquilo ali não é briga, é luta.

Sobre as contradições.

Marketing nenhum explica, por exemplo, essa discussão sem sentido entre Belfort e Wand. Se eles não vão mais lutar, o que essa discussão na mídia está promovendo??

Por isso eu sou do team "Dos Santos". Dá-lhe Cigano! O cara até pediu desculpas logo depois de mandar um espontâneo "É Brasil, porra!!" ao vivo na sua última luta!

Abraços!

Marcelinho Huertas

Fala pessoal,

Não sei se vocês já viram o lance incrível do Marcelinho Huertas no jogo Barcelona x Real Madrid.

Faltando 6 segundos para acabar o jogo a bola estava na mão do Real, que tinha 2 pontos de vantagem. Sim, eles conseguiram perder.

Digo conseguiram perder porque eles podiam fazer a coisa mais simples do mundo: segurar a bola até o fim do seu tempo de posse (faltariam aí 3 segundos pro jogo terminar) e arremessar a bola em direção ao teto do ginásio (seria impossível a bola subir, descer, e algum jogador acertar um arremesso no tempo faltante).

O Madrid arremessou faltando 6 segundos. O Barcelona pegou o rebote e Marcelinho fez isso:

http://www.youtube.com/watch?v=4qlbam2u9gU

Posso dizer que já vi o Marcelinho jogar muito. Por um acaso, eu acabei vendo muitos de seus jogos quando ele ainda era juvenil.

Mesmo naquela época ele era diferente.

Lembro de uma final de campeonato paulista, há mais de 10 anos, salvo engano Paulistano x Hebraica (ou Espéria, não me lembro ao certo), em que quase todos os pontos do último quarto foram dele.

Por estar na frente, o adversário do Paulistano usou a estratégia de forçar arremesssos livres, e, juro, acho que o Huertas deve ter feito uns 12 sem errar nenhum. Isso numa final de campeonato paulista, com a pressão de ginásio cheio.

Parece história de pescador, mas até já bati uma bolinha com ele. Na época, eu também disputava torneios de federação, e, eu e um amigo acabamos fazendo uma rachão 2 x 1 contra o Marcelinho, numa quadrinha em cima do ginásio do clube Paulistano, que tinha uma "redinha" de ferro (eu era convidado, não sócio). Tomamos uma aula!

Em uma breve análise de seu jogo, acho bem justo dizer que esse cara tem uma habilidade manual e de controle da bola impressionante, talvez sem igual no basquete brasileiro nos últimos 20 anos. Alguns caras, na minha opinião, podem até se aproximar (Alex, Ratto, Nezinho), mas acho mesmo ele o mais habilidoso.

Fora isso, vejo-o se destacando como um líder desde os tempos de Paulistano, tanto pela naturalidade da liderança que um armador exerce, quanto por suas colocações "exteriores", para a mídia e torcedores.

A carreira desse cara é vitoriosa há muito tempo. Torço muito para que sua caminhada nos dê a alegria de ser coroada em Londres.

Abraços!

Shaq x Barkley

Pra descontrair:

http://www.youtube.com/watch?v=PW0t0O84Mzk&feature=related

Por que nunca vemos algo assim entre jogadores de futebol?

Abraços

terça-feira, 5 de junho de 2012

O fator casa

Fala pessoal,

Muitas vezes já me peguei pensando se o "fator casa"realmente faz diferença no resultado do jogo.

E nunca consegui chegar à uma conclusão para o sim ou para o não.

Explico.

Todo mundo sempre diz que é melhor jogar dentro de casa por jogar ao lado da torcida, por exemplo.

Mas nesse argumento eu nunca acreditei, porque duvido que o jogador ouça o torcedor gritando alguma coisa específica, e, barulho por barulho, os jogadores dos dois times ouvem a mesma coisa.

Todo mundo também sempre diz que é melhor jogar no campo/quadra em que se está acostumado a jogar.

Bom, esse argumento só é válido a depender da situação, no meu ponto de vista.

Se o time treina no campo/quadra em que joga, tudo bem, faz diferença, pois está acostumado às dimensões do tal campo/quadra.

Mas o problema é que na maioria das vezes o time treina num centro de treinamento e joga em um estádio, ou seja, o "conhecimento"do campo não é tão alto assim pra gerar uma diferença.

Fora isso, especialmente quando falamos de uma quadra, as dimensões são sempre as mesmas! Então qual efeito poderiam ter no desemprenho dos atletas?

Um argumento bem forte em defesa do "fator casa˜, por outro lado, é indiscutível: os times que tem o mando, estatisticamente, ganham mais.

Infelizmente não consegui achar o número, mas os playoffs da NBA mostram isso claramente: o time que tem o mando de quadra, estatisticamente, tem uma grande vantagem no histórico.

Qual será a resposta afinal?

Abraço!

Jornalistas juristas

Fala pessoal,

Nos últimos tempos várias notícias esportivas estiveram umbilicalmente ligadas à vida forense, entre elas a briga entre Flamengo e Ronaldinho e o caso Oscar.

Evidentemente, tais fatos são dignos de repercussão pelos meios midiáticos, entretanto, o que chama a atenção é a forma e a desenvoltura (ou falta dela) com que jornalistas discorrem sobre o mundo das leis.

No caso Ronaldinho, o único que vi procurar informações de especialistas foi o Lucio Costa, da ESPN Brasil. O PVC também usou algum argumento embasado.

No entanto, na maioria das vezes, o que se vê é um monte de jornalistas expressando suas opiniões como se fossem uma resposta de mérito dada por um juiz de direito.

Da minha parte, posso dizer que tento ao máximo expor a opinião técnica que obtenho, de preferência, dos próprios advogados envolvidos no caso. Na questão do Oscar, o seu advogado preferiu não se pronunciar a respeito do caso; no caso do Ronaldinho, ainda aguardo uma manifestação de sua advogada.

Por isso, julgo estar momentaneamente impedido de expor um "desfecho"do caso, até porque essa tarefa cabe exclusivamente ao juiz competente para julgá-lo.

Claro, algumas informações podem ser dadas, como por exemplo o fato de a decisão no caso ser liminar, ou seja, poder ser alterada a qualquer momento pelo juiz, em vista de novos fatos.

O problema maior é fazer qualquer ouvinte/telespectador/leitor acreditar que o fato de o Ronaldinho ter dito X, ou de o Flamengo ter dito Y signifique que o caso está ganho para um ou outro lado.

Isso não existe.

Abraços!


O fim do caso Oscar


Fala pessoal, 

Como o blog estava bloqueado não pude comentar sobre o desfecho do caso Oscar, mas acho que todo mundo pode ver que não foi muito diferente daquilo que falamos por aqui. 

Pessoalmente achei um baita negócio para o Inter, que levou um possível camisa 10 da seleção e promessa nacional por um preço que equivale a uma proposta mínima de um time do exterior. 

Se o Inter não lucrar com o negócio, pelo menos vai ficar no "zero a zero"na minha opinião. 

Abraços! 

Garros

Fala pessoal,

Quem viu o jogo Federer/Del Potro hoje pode ver um nível altíssimo de tênis. Para mim foi absurdo o que os caras jogaram no final do segundo set (o JuanMa enfiou um tiro de direita incrível num ponto, e nem se esticando inteiro o Federer chegou).

Achei interessante também ver o Federer descontrolado no fim deste mesmo segundo set quando um torcedor gritou no meio de um ponto, achando que um slice defensivo dele ia pra fora. Na continuação do ponto, o suiço jogou a bola na rede, e berrou um "Shut up!"pesaaado.

Isso mostra que o cara não é de gelo!

Bacana também foi o jogo do Djoko com o Tsonga. Os dois começaram o jogo a 2 por hora, na minha opinião. Mas o Tsonga deu um jeito de voltar pra partida no segundo set, quando estava uma quebra abaixo, e fez ferver a quadra parisiense durante o resto do jogo.

Por último, um comentário pessoal sobre os comentários pessoais que sempre vejo quando o Federer e o Nadal jogam: cara, eles são bons sim, talvez os melhores da história do tênis; mas parece que os seus adversários são uns juvenis do outro lado da quadra na visão de uma galera!

Fico indignado quando vejo umas frases do tipo ˜O Delpo não tem medo do Federer", ou ö Delpo não soube aproveitar a chance contra um cara como o Federer". Poxa, estamos falando de um top 10, que já liderou o ranking de entrada, e não um moleque qualquer que tá indo bater uma bolinha sonhando com uma chance! Ele é fera também!

Abraço!

Blog Bloqueado

Fala pessoal,

O Blog ficou um tempão inativo, mas por uma boa justificativa: foi bloqueado em razão de um suposto ˜conteúdo ofensivo˜ (!!).

Bom, eu não sei o que pode ter desencadeado esse tipo de controle, mas, enfim, estamos de volta.

Abraço!