sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Neymar e as firulas

Fala pessoal,

Mais uma vez as firulas e dribles do Neymar em campo viram notícia.

Minha opinião não muda: o cara tem todo o direito de fazer o que quiser com a bola rolando (seja drible ou firula), da mesma maneira que o jogador adversário tem o direito de fazer a falta que entender por bem.

Parece contraditório, certo? Eu me explico!

O drible E a firula são recursos totalmente legítimos e permitidos pela regra. Eu entendo que o cara tem todo o direito de brincar com a bola, seja com objetividade ou não (aqui acho que me diferencio de comentaristas em geral, que falam em "falta de respeito").

Todo mundo sempre diz que o objetivo do drible tem que ser o gol, ou seja, se o cara dribla "pra trás", é possível dizer que ele está desrespeitando. Acho que o entendimento tem que ser outro. O drible, para mim, tem que ser visto tanto como uma maneira de buscar o gol como de provocar legitimamente o adversário. Se o cara perder a cabeça e agredir o driblador, ótimo para o driblador!

Aí está outra diferença do meu pensamento.

O Globo Esporte, por exemplo, defendeu o fair play do adversário que não fez a falta em Neymar. Ok. Mas se ele fizesse, não acho que teriamos que condená-lo, afinal, falta por falta, o cara está utilizando um recurso também permitido pela regra: FAZER FALTA. O problema, na minha opinião, seria o juiz não marcar a falta, ou dar um eventual cartão, nos casos mais fortes.

O problema é que a visão que sempre temos sobre lances "firuleiros" é viciada.

Sempre que o driblador começa a driblar, o marcador perde a cabeça porque acha que vai ficar desmoralizado se não fizer algo contra o desrespeito contra sua pessoa. E sempre que o driblador sofre a falta faz um teatro e dá entrevistas falando sobre a falta de esportividade do outro.

Que tal seria se o driblador driblasse, o marcador fizesse a falta, os dois levantassem e saissem jogando normalmente??

Acho que ainda falarei mais sobre isso!

Abraços

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O impacto de Federer e Nadal no Brasil

Fala pessoal,

A notícia mais bacana do tênis nesta semana, além do título do Bruno Soares, foi a vinda do Rafal Nadal ao Brasil.

A informação foi recebida com bastante alarde pela imprensa (não era para menos), mas o que me chamou um pouco a atenção foi as opiniões sobre o impacto que esta visita pode ter no esporte nacional.

Discordando da maioria dos ótimos especialistas que li (ex: Paulo Cleto: http://colunistas.ig.com.br/paulocleto/2013/01/16/paralelos/#comments ; Fabricio Gallas: http://blogs.lancenet.com.br/tenis/2013/01/15/nadal-no-brasil-muito-bom-mas-em-quais-condicoes-ele-vem/), acho que as visitas de Federer e Nadal por aqui não trazem muitos benefícios.

Como amante do tênis eu acho fenomenal a oportunidade de ver os caras de perto. Mas o efeito que isso traz para o esporte em si, eu já não sei...

Discordo dos mestres por alguns motivos.

Primeiro, acho que Federer/Nadal no Brasil são aproveitados apenas por uma casta elitizada, em função, principalmente, dos preços dos ingressos. Isso significa que os eventos são pra poucos, que tem grana pra pagar o ingresso - isso não é uma crítica a quem tem grana, ou à organização do evento, porque eu acho que eles tem que fazer o que dá dinheiro mesmo, afinal são empresários; eu estou discordando do impacto do evento pro esporte!

Segundo, acho que só prestará atenção ao evento que JÁ gosta de tênis, infelizmente. Acho que, em razão da maneira como o evento é anunciado e promovido, poucos "não interessados" vão aproveitar, ou seja, o público alvo não aumenta em nada - são os mesmos amantes, porém ao invés de verem Rogerinho e Bellucci jogar, verão Nadal. Mais uma vez, não é crítica ao evento!

Como um argumento à minha opinião, basta lembrar de quantos eventos um tenista número 1 jogou no país, e que efeito isto deve no esporte? Nenhum. Estou falando de Guga. Sim, ele disputou torneios no Ibirapuera, no Harmonia, na Costa do Sauípe e em Floripa, só pra exemplificar.

Em minha opinião, eventos com grandes tenistas servem a propósitos imediatos. A empresa promotora ganha dinheiro, a imprensa ganha matéria, e os JÁ fãs ganham autógrafos. Mas, passando isto, o que sobra?

Não acredito que isto aumente o interesse pelo esporte no Brasil, pois, como já disse, quem olha pra esse evento é quem já faz parte da base de interessados.

Não acredito que o evento crie uma atmosfera de competitividade boa, digo, um ambiente sadio para os atletas locais se motivarem, pois, como todos sabem, essa é uma iniciativa pontual (no ano que vem Federer não volta pra outro Tour, muito menos Nadal, que escolheu São Paulo pela chance de jogar um pouco mais em sua recuperação, e não arriscar torneios difíceis logo de cara).

Falei.

Abraços!

Jornalismo esportivo

Fala pessoal,

Tudo certo?

Já falamos muito por aqui a respeito do marketing esportivo, e, na maioria das vezes, com um olhar bem crítico. Ultimamente me deu vontade de fazer o mesmo com o jornalismo no esporte.

Bom, sem maiores demoras, passemos ao assunto.

A crítica principal aqui é para a maneira como é feita a divulgação de esportes e atletas no Brasil.

Um livro muito interessante que tenho lido, à respeito da criação e cultivo de marcas (ou "branding", pra quem preferir), explora o caso da ESPN norte-americana, e como este veículo de comunicação se tornou uma máquina de criar fãs, ídolos, entretenimento, notícia, e, claro, dinheiro.

É bem interessante a maneira como a ESPN trata seu produto e veicula sua imagem, afinal, a publicidade do canal é feita não por meio de anúncios, mas pelo próprio conteúdo de seus canais (televisão, revista, site, etc).

Comparando o caso da ESPN americana com a brasileira, acho que é possível perceber um pouco mais fácil o que falta na nossa mídia jornalística e, consequentemente, na publicidade esportiva.

Por lá, desde o começo, valorizou-se muito a produção de um conteúdo que destacasse os méritos da conquista individual esportiva. Veja, aproveitando-se da valorização capitalista da meritocracia, e da idolatria da imagem do "self made man", a ESPN transportou para o mundo dos esportes o paradigma do homem vencedor.

Assim, ganhou espaço na mídia aquele atleta que conseguiu personalizar o sonho do homem comum americano, qual seja, o homem que incorpora o valor do trabalho duro e dedicado, e que busca se superar a cada dia em seu ambiente de trabalho. Esse era o sonho da população, e esse foi o atleta que a ESPN buscou divulgar.

Por aqui, infelizmente, não se vê uma simbiose entre o conteúdo da programação e os desejos e valores buscados pelo espectador esportivo. Por aqui, o que vemos, infelizmente, são matérias geralmente "pasteurizadas" sobre futebol e grandes eventos de outras modalidades.

Como grande consumidor da ESPN e de todo material esportivo que há, acho que posso dizer tranquilamente que queríamos mais. Queriamos a exploração do perfil detalhado de cada atleta, conhecer sua história, suas motivações, suas pequenas vitórias no cotidiano, sua vida fora do campo, etc.

Infelizmente, nem a ESPN nem os "players" do mercado esportivo se abrem ao escrutínio.

Nenhuma atleta quer abrir sua intimidade. Nenhum empresário quer mostrar seu trabalho. Ninguém quer mudar a forma de fazer jornalismo.

Motivos para esta inércia são inúmeros.

Os atletas não tem interesse nenhum em abrir o jogo, para que possamos conhecê-los. Isto implicaria mostrar seu cotidiano de baladas, vida desregrada fora dos gramados (no caso do futebol), vida de luxo (o que não é pecado, na minha opinião, afinal o atleta que venceu merece a recompensa). Fora isso, abrir-se seria um risco, pois aquele atleta pouco preparado e pouco instruido talvez mostrasse pouca ou nenhuma conexão com o público, por falta de carisma, falta de história, ou falta de eloquência.

Os empresários (aqui incluídos clubes, marcas esportivas e agentes) não querem mudar pois do jeito que está se ganha um bom dinheiro, então por que arriscar? Por que mudar?

Os jornalistas não mudam também por comodismo. A audiência se encontra distribuída de forma cômoda à maioria dos veículos e dinossauros que vemos por aí. Os formatos dos programas não comportam grandes mudanças, pois poucos se adaptariam a isso, seja por incompetência, seja por falta de vontade - e além disso, o medo de mudar e perder audiência é certo, como já falou Tiago Leifert nesta palestra: http://www.youtube.com/watch?v=_sNEn_Fjwc0 )

Quem perde com isso são todos os envolvidos.

É só ver a magnitude que é dada ao esporte no mercado americano, por exemplo. Todos os dias temos jogos, emoção, histórias. É isso que deixa inquieto o fã, que cria memórias inesquecíveis, que gera interesse perene, e, enfim, que gera receita.

O maior argumento da mesmice é o de que o Brasil é o país de um único esporte, o futebol, e que a produção de um conteúdo diferente (sobre basquete, handebol, etc, não daria audiência ou receita).

Bom, isso é uma defesa para a restrição do conteúdo, não do formato, pra começar. Mesmo falando apenas sobre futebol, poderíamos ter programas melhores e diferentes, como o documentário que a própria ESPN fez sobre o futebol de areia.

Não obstante, acho que existe sim espaço para outros esportes, sem que se perdesse audiência ou interesse dos fãs de futebol. Acredito que uma boa história será sempre uma boa história. Ou por acaso algum amante de futebol não se interessou pela frustração do Diego Hipólito nas Olímpiadas ou a consagração do Arthur Zanetti? Ou pela eleição da Alessandra como a melhor jogadora de Hand do mundo? Ou pela peregrinação do Pedro Zerbini, entrevistado por aqui, pra tentar chegar nas cabeças do tênis?

O problema é que ninguém dá atenção para os esportes "menores", então fica muito difícil descobrir essas pequenas grandes histórias fora da época de Olímpiadas, por exemplo. No caso americano, qualquer eventozinho esportivo tem uma câmera, há interesse. Assim, sempre aparece uma imagem de um garoto de 15 anos fazendo uma cesta de 3 pontos a 1 segundo do final da partida, ou um garoto de little league fazendo 3 home runs numa partida.

Como mudar?

Ainda não sei, mas quando descobrir eu aviso.

Abraços

Lance Armstrong, o trapaceiro

Fala pessoal,

Ontem foi sepultado de vez o mito Lance Armstrong.

O símbolo do ciclismo assumiu toda a responsabilidade pelos anos que competiu dopado, enganando todos os fãs que acreditavam na sua história de superação.

O Juca Kfouri publicou um post curto sobre o caso, e o que me espantou foram algumas respostas que recebeu. Quem quiser, vai lá e dá uma olhada: http://blogdojuca.uol.com.br/2013/01/armstrongs/

Eu concordo plenamente com ele. O cara é o símbolo de tudo o que o esporte não é, e de tudo o que o esporte não deve ser. Não se pode justificar o doping com a "vontade de vencer a todo custo". Peraí, voltemos ao significado do que é o esporte, e do que é um esportista.

Acho incrível que algumas pessoas se manifestem dizendo "poxa, mas a culpa não é dele, todo mundo se dopava, não foi ele que inventou o doping, a culpa foi das entidades de fiscalização que não pegaram ele, etc...". Na boa, o cara que trapaceia não tem desculpas. Eu amo e assisto todo tipo de esporte porque quero ver o que um ser humano nascido na mesma espécie de todos os reles mortais consegue fazer com dedicação, treino e força de vontade.

Admiramos atletas porque eles conseguem ser superiores em sua capacidade física, técnica e mental. A partir do momento em que a capacidade física do cara é resultado não de sua dedicação (ou dádiva divina, que seja) mas de um mecanismo trapaceiro e mentiroso, ele está rindo da minha cara e pervertendo tudo o que o esporte simboliza, que é a vitória do melhor.

Se todos faziam, TODOS estavam errados, são uns trapaceiros, não esportistas. Ah, e usar o doping em treino ou competição dá na mesma hem, porque a vitória é construída justamente no treino, especialmente no ciclicsmo, que é esporte de resistência!

Culpar as agências anti-doping também é piada. Quer dizer que se um bandido mata alguém e a polícia não o captura, a culpa do crime e do sofrimento da família é da polícia que não o flagrou?

O pior de tudo nessa história, para mim, é o tapa na cara que recebem os atletas de verdade, ou aqueles 5 que não competiam dopados, segundo Armstrong. Afinal, enquanto o mentiroso ganhava fortunas, fama e todo tipo de oportunidades, eles, os verdadeiros esportistas, ficavam nas sombras, ignorados pelo público e com todo seu verdadeiro esforço desprezado, para que o mundo inteiro ficasse de joelhos para um trapaceiro.

Ah, eu assisto ao ciclismo sim, viu, só pra deixar claro. Porque parece que se você não comenta sobre o ciclismo frequentemente, você não tem o direito de criticar um atleta desse esporte...

Abraços

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Role Tide War Eagle

Pessoal,

Mais um filme animal da coletânea "30 for 30" passou na ESPN ontem.

O nome: Role Tide War Eagle, sobre a rivalidade no futebol americano entre as Universidades da Alabama e Auburn.

Simplesmente sensacional.

http://www.youtube.com/watch?v=0ROiJGvKiP8

Abraços

As grandes contratações do futebol

Fala pessoal,

Faz um tempo que não escrevo por aqui, então peço desculpas.

Seguinte, já podemos perceber que o Campeonato Brasileiro deste ano estará rechado de craques, apesar de algumas saídas de peso (Vagner Love, por exemplo).

O que eu fico pensando aqui é no real valor que as grandes contratações trazem aos clubes.

Eu acho que o maior ganho, na verdade, é uma expectativa apenas: o valor da venda futura (como é o caso do Ganso no São Paulo, na minha opinião).

Está generalizada a crença de que o "marketing" envolvido na contratação dos jogadores caros compensa. Não sei se é bem assim viu.

Temos o "case" do Ronaldo. Esse foi fenômeno, claro. Não tem discussão.

Porém acho que o retorno que ele trouxe em marketing está muito mais ligado a um aspecto que vai além das suas qualidades técnicas, que é o que realmente move o torcedor: a emoção envolvida no esporte.

Na minha opinião, não há muito valor de marketing em trazer nomes como Pato, Vargas ou Montillo. E explico.

Ronaldo, Robinho e Luis Fabianos, por exemplo, trazem ao torcedor algo que não é medido em gols, assistênciasou potencial dentro de campo. Eles estão diretamente conectados ao sentimento do torcedor, e sua relação com as sensações que o futebol já lhe proporcionou. Veja, Ronaldo foi o grande ídolo da seleção por mais de uma década. Robinho é o símbolo do ressurgimento do Santos e o seu futebol alegre. Luis Fabiano foi o jogador "top" numa época não muito vitoriosa do São Paulo.

Enxergo nesses jogadores um potencial bem grande para atrair torcedores, justamente porque "falam" ao torcedor de uma maneira única, praticamente inexplicável por argumentos matématicos (apesar de ser mensuráveis em termos mercadológicos).

Agora, pensando nos outros casos, como Pato, Vargas e Montillo, vejo um potencial muito maior dos caras pra trazer pontos, vitórias e títulos do que receitas de marketing. Não estou ignorando que títulos trazem mais visibilidade ao clube, mas acho que deu pra entender que o argumento "compensa no marketing" não seria aplicável, mas sim o argumento "compensa no campo, e quem sabe, com isso, compensará com a visibilidade".

Não?

Abraços!