sábado, 25 de maio de 2013

Corinthians e Miami Heat

Fala pessoal,

Tudo certo?

Ontem (sexta-feira) duas análises esportivas me chamaram muito a atenção.

A primeira foi feita por um comentarista estrangeiro (Bruce Bowen) que participava do programa "The book is on the table" da ESPN. A segunda foi feita pelo Tite, em entrevista coletiva que ouvi na CBN/FM de madrugada, salvo engano.

O primeiro analisou o último lance da partida dos playoffs entre Miami Heat e Indiana Pacers. A bola decisiva foi colocada na mão de Lebron James, e ele não decepcionou.

Tite, por sua vez, não viu problema em dizer aos jornalistas qual seria seu time titular.

E o que estes dois fatos tem a ver?

Os dois demonstraram certa indiferença ao "elemento supresa", teoricamente valorizado no esporte.

Bruce Bowen, o comentarista gringo, foi mais claro ao defender o belo lance de Lebron James.

Perguntado sobre a inexistência de um pivô importante na defesa dos Pacers na hora da jogada, e se isto poderia ter feito diferença, Bowen disse: "todo mundo sabia que a bola ia para as mãos de Lebron, a questão era saber quão boa seria a execução da jogada".

Conclusão: seja no Heat, seja no Corinthians, muitas vezes a coisa mais importante não é saber o que o time vai fazer, mas sim se conseguirá fazer bem feito, pois isso é o relevante.

Todo mundo sabe como Tite escalará o time, e, em tese, como esse time deve ser marcado. O importante, na verdade, é saber como será a execução das jogadas que o time sempre faz (o Danilo executará bem o passe para o Fabio Santos na linha de fundo? O Emerson conseguirá cortar bem para o meio antes de bater no gol?). 

Tal análise abre os olhos para a importância concorrente da tática com a técnica. Não adianta um time estar perfeito taticamente se a técnica (responsável pela execução de qualquer jogada) não funcionar.

Percepções simples que às vezes passam batidas.

Abraços!


segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Zizão tá lendo

Fala pessoal,

Finalmente algo bem bacana de se ver.

O Corinthians conseguiu criar um video rápido, engraçado e muito, mas muito interessante pros seus patrocinadores.

Pra quem não viu: http://www.youtube.com/watch?v=ug_YoQsh9PA

Muito boa a iniciativa do time por diversos motivos: usa os jogadores do time (o que é muito pouco comum de se ver no Brasil, infelizmente), aproveita a "desvantagem" do chinês gente boa, pega o vácuo das piadinhas que já circulavam na web, cita nominalmente os patrocinadores do clube, etc.

Parabéns ao criador da idéia.

Abraços

domingo, 5 de maio de 2013

Neymar e o "prejuízo" do Santos

Fala pessoal,

Faço uma breve reflexão sobre o pavor que supostamente está surgindo nos corredores do Santos.

Dizem (sim, "dizem" na terceira pessoa do plural mesmo, porque a imprensa toda publica isso, mas eu nunca soube qual é a fonte) que há a preocupação no Santos de que o Neymar sairia do clube apenas ao final de seu termo contratual, o que faria o clube sair de mãos abanando numa eventual negociação.

Há de se dizer que, geralmente, o clube ganha dinheiro na transferência de um jogador pois ele não cumpre o seu contrato até o final. Assim, como "rompe" o seu contrato, o  jogador tem que pagar uma multa prevista ali (normalmente é o clube contratante que paga, p. ex. Real Madrid, Barcelona, etc).

Cumprindo seu contrato até o final, Neymar não vai descumprir nada, e vai fazer o que quiser.

É muito interessante notar que essa discussão somente tomou a dimensão que tomou por ser Neymar. E também por muitos jornalistas desconhecerem a lógica da negociação de um contrato de jogadores de futebol.

Explico.

Bom, vamos pensar num jogador de 18 anos chegando num clube como o Santos, ok?

Basicamente, ele chega lá como um "Zé Ninguém", como uma promessa, geralmente.

Por um lado, o clube não vai querer pagar um salário muito alto para o jogador nem firmar um compromisso muito longo, uma vez que pode ficar "preso" por contrato ao jogador que se revele fraco, ou que tenha problemas de relacionamento, por exemplo (casos muitos identificados com essas situações são os de Lulinha, no Corinthians, e Fábio Costa, no Santos - a despeito da minha opinião pessoal sobre os dois, ok?).

Por outro lado, o clube não vai poder pagar tão pouco assim ou firmar um contrato muito curto, porque se aquele jogador "explode", vai ser muito barato para outro clube aparecer por ali e levar o jogador embora - pagando a multa contratual (que será baixa) ou esperando o final do contrato (que será rápido).

Pensando pelo lado do jogador agora.

O jogador de 18 anos recém chegado ao Santos, em princípio, não vai querer ganhar pouco (óbvio) nem ter um contrato curto. Salário alto é muito bom, e contrato longo dá uma segurança a mais para a vida financeira do jogador (imagina se ele destrói o joelho e o contrato dele é de 6 meses? Vai ser difícil arranjar outro clube que o contrate).

Por outro lado, o jogador sabe que se tiver um salário muito alto e um contrato muito longo, será bem difícil conseguir um clube novo que o contrate caso ele queira sair do Santos no meio da vigência contratual - a multa contratual seria muito alta.

A menos que esse cara fosse o Neymar.

Vamos ver o caso dele um pouco mais de perto. E vamos imaginar o Neymar (seus agentes, na verdade) sentado numa mesa de negociação.

Neymar é um jogador especial. Rende muito dentro de campo, atrai muitos patrocinadores, e é esperança do país para a Copa do Mundo.

Isso significa que sempre (ou por um booom tempo) haverá forte demanda pelo "produto" Neymar.

Basicamente, ele tem muita força na mesa de negociação.

Se o Santos oferecer um salário baixo para ele ele vai embora. Tem quem queira.

Se o Santos oferecer um contrato curto, e ele quiser um longo, ele vai embora. Tem quem queira.

Se o Santos oferecer um contrato longo, e ele quiser um curto, ele vai embora. Tem quem queira.

Viram a dificuldade para o Santos?

Não é difícil imaginar, portanto, como foi custoso para o Santos manter o craque por aqui.

Agora, com o contrato se aproximando do fim, chovem críticas. Dizem que deveriam ter prorrogado o contrato antes, ou que não deveriam ter pago tanto, etc, etc.

Mas a maioria dos críticos deixa de perceber algumas coisas. O lado forte da negociação, diferentemente da maior parte das negociações envolvendo jogadores de futebol, era Neymar. E, principalmente, não percebem que uma grande parte do que o Santos deixar de receber nessa negociação ao final do contrato será percebida justamente durante a vigência do contrato (com patrocínios, exposição da marca, etc).

Vejo muitas críticas. Pouca observação ao caso específico.

Abraços

Lucio na reserva

Fala pessoal,

Voltando brevemente à ativa.

A imprensa de hoje já está anunciando Lucio no banco contra o Corinthians.

Impressionante como parecem criar drama com tudo.

Será que simplesmente não é uma forma de "aquecer" o time para o próximo jogo da Libertadores, que não contará com a presenção do zagueirão?

Pode ser. Pode não ser.

Mas o que impressiona é a constante escolha da imprensa pela versão que rende mais fofocas.

Abraços!